ACESSIBILIDADE COMUNICACIONAL NO ENSINO SUPERIOR: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE CARTAZES INCLUSIVOS NA EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA

Autores

  • Bismarck Luiz Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Camila Louyse Oliveira da Rocha Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Pamella Cecilia de Medeiros Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Jeniffer Bomfim da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Diogo Marques Macedo Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Gisele Oliveira da Silva Paiva Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Isaque Guerra da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Elvis Gley Silva dos Santos Filhos Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Hemelly Makaelly Barros do Nascimento Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Gessé José de Araújo Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Sidney Soares Trindade Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Elizabeth Sachi Kanzani Ribeiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Francisco Ricardo Lins Vieira de Melo Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Palavras-chave:

comunicação inclusiva, aprendizagem baseada em projetos, engenharia, tecnologias assistivas

Resumo

O presente trabalho surgiu de uma demanda da Comissão Permanente de Inclusão e Acessibilidade (CPIA) do Centro de Tecnologia (CT) da UFRN. A ideia era melhorar a comunicação entre os estudantes, servidores docentes e técnicos com a Secretaria de Inclusão e Acessibilidade (SIA) no setor de aulas e ambientes do CT. A demanda foi desenvolvida em uma disciplina do curso de Engenharia de Materiais, após aprovação da CPIA/CT, utilizando a metodologia da aprendizagem baseada em projetos (ABPj), com o objetivo de construir um cartaz claro, direto e acessível para cegos, surdos e pessoas com baixa visão. Os discentes realizaram as seguintes as etapas da ABPj: i. recebimento da demanda; ii. levantamento de necessidades a partir de um brainstorming; iii. distribuição das responsabilidades; iv. elaboração de um plano de ação; v. realização de uma oficina sobre o sistema Braille; vi. estudo sobre a norma ABNT NBR 9050, desenho técnico e custos de materiais; vii. realização de visitas ao Laboratório de Acessibilidade (LA), ao Setor de Musicografia Braille e Apoio à Inclusão (SEMBRAIN) da Escola de Música (EM) e ao curso de Letras Libras, para inserção do Braille no cartaz, elaboração do vídeo com Libras, audiodescrição e áudio, e consultas às comunidades de surdos, pessoas com cegueira e baixa visão; viii. desenho dos modelos do cartaz no coreldraw; ix. apresentação do relatório parcial do projeto; x. confecção do protótipo inicial e testes; xi. atualização dos modelos propostos considerando os feedbacks da primeira validação; xii. validação do protótipo final e escrita do relatório. A iniciativa resultou em dois cartazes: um com fundo preto, contendo textos, símbolos e borda amarela; e outro com fundo branco, contendo textos, símbolos e borda preta. Eles atenderam, respectivamente, às comunidades de surdos e de pessoas cegas ou com baixa visão. As propostas, devidamente validadas, são resultados de um projeto multidisciplinar envolvendo diferentes áreas do conhecimento (engenharia, comunicação e educação inclusiva). A ABPj se apresentou com uma metodologia eficiente no desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais dos estudantes de Engenharia, especialmente resolução de problemas, tecnologia assistiva, trabalho em equipe e gerenciamento de projetos.

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Publicado

2025-10-20